Os pais do mineirense Matheus Henrique Pio, de 11 anos, que estava em tratamento contra um câncer na cabeça, afirmam que o menino morreu, por volta das 8h, desta terça-feira (24/07), 24 horas após ter o aparelho para respiração mecânica retirado, no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia.
No entanto, a unidade diz que o item estava disponível no quarto em que Matheus estava internado, mas que não foi usado porque o equipamento não era mais eficaz à recuperação da criança, que estava em estado terminal.
Em um vídeo gravado pela mãe de Matheus poucas horas antes dele morrer, ela aparece utilizando um ambu, uma espécie de bomba manual de respiração.
Ela afirma que o menino foi internado há uma semana com dificuldade respiratória, fez uso do aparelho, mas, após melhora, parou de usar a respiração mecânica.
Ela diz que na segunda-feira (23), quando o menino, segundo ela, voltou a precisar do aparelho, o item não foi colocado na criança.
“Este é o Matheus Henrique Pio, que está aqui sofrendo há quase uma hora no Araújo Jorge, no segundo andar”. Os médicos não querem fazer mais nada, não querem ligar ele no respirador mecânico. Eu estou sozinha mais o pai, fazendo tudo por ele”, gravou, chorando.
A oncopediatra Patrícia Carneiro de Brito, uma das médicas da equipe que atendeu Matheus, disse, em entrevista à imprensa, que o menino não necessitava mais do aparelho, que foi retirado e deixado no quarto.
No entanto, após uma evolução do quadro, a família se desesperou e a mãe começou a usar, por conta própria, o ambu, sem necessidade, já que, segundo a médica, o menino estava em estado terminal e o quadro evoluiria, de qualquer forma, para uma parada cardiorrespiratória.
“Nós tínhamos deixado um aparelho no quarto dele, mas ele não ia usar mais. A gente já tinha conversado com a família, porque a questão dele não era uma questão respiratória pulmonar, era central, um tumor no tronco cerebral, que faz com que o cérebro não controle a respiração. Se a gente fosse colocar no aparelho e levar para a UTI seria uma conduta? Seria sim, para agradar alguém, menos a criança”, afirmou a médica.
O diretor técnico do hospital, Alexandre Meneghini, garantiu que existem 18 respiradores e, quando estão todos ocupados, outros aparelhos são alugados e ninguém fica sem o equipamento.
Luta contra o câncer
Matheus foi diagnosticado com um tumor na cabeça em 2014, quando ainda tinha 7 anos de idade. A família é de Mineiros (GO) teve que se mudar para Goiânia em busca da cura para a doença do menino.
Ao longo do tratamento passou por duas cirurgias, no Hospital da Criança, mas, em 2016, o tumor voltou para uma área que, segundo a família, seria muito arriscada de ser submetida a um procedimento cirúrgico.
Desde então, o menino estava estável e, na última semana, o estado agravou e ele precisou ser hospitalizado.
Antes do filho morrer, Alerxandro Pereira Pio, pai do Matheus, disse que estava sem saber o que fazer vendo o filho sofrendo.
“A gente pediu socorro para os médicos, uma força por médicos ali, mas o médico falou ‘como ele é paciente terminal’ que é simplesmente para gente assistir vir a óbito”, disse o pai.
A Rádio Eldorado manifesta, neste momento de dor, as profundas condolências à família enlutada
Fonte: G1 Goiás (com adaptações)
